quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Milão, Itália

Milano, outra vez!

Sempre que começo o meu trabalho, antes de tudo e que muitas pessoas pensam que vamos directamente para lá e é só fazer de anfitrião e receber os "convidados", temos um briefing. Onde falamos de procedimentos em casos de emergência e discutimos como será feito o serviço! Curiosidades à parte, geralmente falamos sempre da mesma coisa e quase sempre da mesma forma. Tirando um ou outro maestro que o faz de uma forma mais contemporânea por assim dizer.

Hoje, chega a minha supervisora com um rolo de papel higiénico e dá-mo para a mão e pede-me para tirar quantas folhas quisesse e passar o rolo ao próximo. Eu comecei logo como sou, brincalhão e disse depois de ter dito que a Mãe Natureza não precisaria de muitas folhas, que por acaso precisava de ir à casa-de-banho e que por isso necessitaria de tudo! Enfim.... Lá o fizemos e eu como primeiro da fila fui guiado e depois de tirar duas folhas recebi a pergunta..

"Agora diz duas coisas interessantes sobre ti"

Sim, não é muito fácil falar de nós próprios quando não somos lá muito interessantes como reparei também! Não estou a dizer que sou interessante mas o que me veio à cabeça  foi

- gosto de fazer rir as pessoas à minha volta e
- sou um ser humano por isto  tento tratar todos como eu sou... Como seres humanos!

E este prefácio todo para quê afinal?

Porque depois do meu vôo, de todos terem desembarcado e nós também finalmente, aparece um senhor em contramão claramente sem grande formação a perguntar para que lado seria a porta de embarque dele... Tentei o melhor possível explicar para onde este senhor se deveria dirigir e como procurar nos ecrãs do aeroporto a respectiva porta de embarque. Pedi para nos seguir!
Entretanto reparei que possuía um bilhete da TAP proveniente da Índia e voaria mais tarde para Lisboa, para o meu país. Do pouco inglês que percebia e do ainda menor português, soube que estava lá a trabalhar na construção, em a família e que o dinheiro era "Pouco, pouco"! Mas há que lutar. Deixei-o no terminal respectivo ao vôo desse senhor! Eis que ouço então alguém a dizer, uma colega, "WOW! Tripulante cinco estrelas!"

Não... Pensei, concluindo... Sou meramente um ser humano a tratar outro como tal!


"Epah! Tiago, mas estás onde afinal?!"

Yeah! Fui a Milão e mal cheguei ao hotel, que fica bem fora da cidade, acabei por decidir vencer o cansaço e ir dar uma volta à cidade até por que tinha de comprar umas dezenas de cápsulas de uma das minhas drogas favoritas: Nespresso! (e não, não recebo nada por publicidade!)

Fui dar ao centro da que vai ser a capital da Exposição Mundial de 2015, bem perto do Il Duomo, seguramente um dos maiores marcos culturais arquitectónicos e religiosos da cidade! E antes de entrar propriamente na praça em si, ouço uns grunhidos num megafone ao longe e um aglomerado de gente (mais do que o normal!) a entrar numa tenda que nunca tinha visto antes. Publicidade à Asics?

Corrida em Milão? Na cidade? Quando? No dia seguinte?
JÁ ESTOU INSCRITO!

E realmente assim o fiz. Participei pela primeira vez numa prova (não muito competitiva, já que a de 21km, essa ssim, já estava completa) mas para mim foi! Criei um objectivo pessoal e cumpri-o!
Corri 10km em menos de uma hora! E assim criei oficialmente o que já fazia antes. Uma vertente paralela deste blog:

A Correr Pelo Mundo

E que bem que sabe... Correr com estas paisagens todas em paralelo!
Fiquei apaixonado por este tipo de provas. E tudo a favor da solidariedade!

Moral da história? Riam, façam rir, mas sejam humanos ao mesmo tempo! O pior que pode acontecer é terem que correr 10 km no meio de uma cidade medieval fechada só para vocês!
Que vos parece?


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Londres, Inglaterra

Um vôo diferente, carregando uma das mais frágeis, senão a mais frágil "mercadoria" que me passou até agora! Uma pequena criatura de apenas duas semanas de vida, cujo seu motor principal estava um pouco fraco. A Máquina, o coração! Devido a tal patologia cardiaca foi transportado então numa incubadora e os pais foram os meus convidados.

Em mais um vôo atribulado com mais alguns casos médicos (em que um deles, um rapaz com febres altas e tropicais passou a ser mais uma das minhas missões pessoais) sem contar acabei por providenciar uma relação humana com os pais do pequeno petiz. Petiz esse que irá passar os próximos três meses a recuperar a força necessária para a Máquina bater compassadamente forte.

Fui agradecer, cumprimentar, desejar o melhor para o futuro... com um aperto de mão tão natural que me virei para a mulher com a mesma naturalidade.

Deu-me me um clique... assim de repente reparo que a mulher vestia um traje tradicional muçulmano... Ela bem que olhou para mim num tom inquisidor mas a entender ao mesmo tempo e eu com a mesma naturalidade perguntei para o ar retóricamente se poderia e o "Não" surgiu-me imediatamente da minha boca para o marido... Ele entendeu! E retribuiu esse mesmo cumprimento, aceitou-o pela mulher! E rimo-nos!

E este foi o início de uma grande estadia... não muito grande em tempo mas enorme em sensações!

Caminhar por lugares por conhecer, ver gente e passar num mercado denominado de Apple Market situado exacta e ironicamente  em frente a uma gigante Apple Store em Covent Garden. Aí foi descoberto (creio que não por mim mas... por mim hoje!) um restaurante cheio de pinta típica do: Tchan tchan tchan tchan... JAMIE OLIVER!

E eu que até estava com fome!
Hmmmmmmmmm... Só de pensar vem-me outra vez à memória e às papilas gustativas o sabor daquela sopa de tomate, daqueles mexilhões em molho de Bloody Mary bem picante e daquele delicioso DARK FOREST GATEAUX! Só o nome...

(Isto tudo ao som de uma banda sonora de grande qualidade que se foi transformando do som saído das colunas do restaurante num artista de rua de grande qualidade munido com a sua guitarra e claro, a sua voz - Alonso Cunha - valeu o cartão de visita, só ficou a dúvida: somos conterrâneos?)

Aqui só faltou descer ao "Jamie Oliver Secret Basement Bar", com direito a placa com setas luminosas a indicar o caminho e tudo!

Mas tinha que me despachar... Já tinha o bilhete para o musical d'O Rei Leão, ou melhor The Lion King!
Bilhetes fáceis de arranjar e com um preço de luxo, já para não falar da garantia da vendedora de que iria ficar com o melhor lugar possível... Pensei e respondi meio a brincar: "Aposto que dizes isso a todos!".
Mal eu sabia (e podia ter lido no bilhete "Side view / Partial restriction") do lugar que viria a ter! Mas deu para sentir... com um pequeno torcicolo mas deu! Até porque o casal ao meu lado a quem eu tive que perguntar para matar a minha curiosidade quanto custaram os bilhetes deles me deixaram bem mais tranquilo... Pagaram ainda mais do que eu e viram ainda outro musical (Miss Saigon) onde ainda pagaram o dobro e falavam disso normalmente! Bem, o bilhete de cinema por estes lados ronda em média os 20€...

E a casa estava cheia, esgotadíssima! (Parece bem, comprar bilhetes à tarde, jantar e ir ver o espectáculo! Já sabem que aqui a noite começa bem cedo... O musical começou às 19:30 - em ponto!)

E...

Onde os meus olhos brilharam dentro daquele teatro com nome de Escola Secundária - Lyceum Theatre.

"AHAHAHHAHAHA! Tiago, o teu humor é mesmo genial!"

Brilharam... Sim!
Esse brilhozinho nos olhos que me fez (faz?) ser criança...

Sim! Esse sorriso......

HAKUNA MATATA! 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Frankfurt, Alemanha

Tudo começou com um quarto no Hilton com vista para... Os escritórios da Lufthansa!

Mas tenho a dizer-vos que a Alemanha desta vez surpreendeu-me pela positiva! Talvez a Ângela Merkel sabia que eu viria a Frankfurt... (Piada fácil, eu sei!)

Calma! Nem tudo começou em bem... Saí para a cidade porque precisava de fazer uma actualização de software ao meu telefone mas só tinha uma nota de 100 USD e precisava de trocá-los pela nossa rica moeda de união, o Euro. Acontece é que as taxas de rating aplicadas nas casas de câmbio são um pouco altas e de cada vez que passava por uma mais alta ficava essa taxa. A conselho da recepcionista do hotel e em minha opinião também, decidi optar por cambiar "la pasta" num banco da urbe de Frankfurt para que não me saísse tão caro. É aqui que começa a minha demanda...


Saio da estação de comboios e vejo imediatamente um balcão do Santander. Pergunto se fazem câmbio, a menina, depois de fritar três dos quarto neurónios que ainda estavam em funcionamento, lá me deu uma resposta meia estranha mas da qual me acabei por cingir. "Sim e não! Sim, mas só se for cliente no nosso banco!".

Hmmmm... Mesmo sendo eu um cidadão da Comunidade Europeia? Perguntei por um banco mais perto, fui então àquele a que há mais de um ano dei uns euritos para subir à torre para apreciar a paisagem e saborear um licor de anis...

"Mas oh Tiago, tu vais a tanto lado e não contas nada!!!"
 É verdade, isto dá trabalho mas como é por paixão, vou-me portar bem para vocês!

Sim, o primeiro arranha-céus aqui da cidade, onde se situa a sede do alemão Comerzial Bank. Num átrio gigantesco onde nem sequer falta um bar onde não faço ideia do que as pessoas discutirão ali, mas será seguramente sobre dinheiro. Disseram-me para me dirigir a outro balcão da mesma filial que estaria aberto. Pois nesse quarteirão existirão umas dezenas de balcões e nenhum estava aberto!

Conclusão, foi um exercício e valeu também para a estupidez e para o susto.

Esqueci-me de tirar uma foto à porta de um dos balcões mas imaginem-me a tentar abrir essa mesma porta giratória sem conseguir sequer encontrar um manípulo de abertura quando de repente alguém ao meu lado abre calmamente uma porta normalíssima e a segura para eu entrar...

O susto vem da irresponsabilidade e da aventura. Já passei estradas como as super movimentadas de Saigão, no Vietname e foi aqui que por falta de cuidado mas a compensar, a atenção do condutor e dos bons travões e pneus do carro mesmo em piso gelado, neve (claro que outros factores também terão ajudado tais como as estradas serem limpas e devidamente mantidas pelo município). Mas independentemente disso, o que é certo é que estou aqui e só agora me dou conta da realidade do que poderia ter sido se alguns destes factores não tivessem entrado na equação.

(À conta de estar a escrever no meu regresso ao hotel, deixei que o meu comboio passasse pelo meu destino, mas já estou de regresso!)


Isto tudo levou-me a perguntar aos seguranças da estação onde me encontrava por pistas na minha busca pelos Euros perdidos, ao qual um deles me indica o McDonald's como uma boa possibilidade.
É aqui que o acaso, ou talvez um misterioso senhor, muda totalmente os acontecimentos a meu favor...
Sim, é verdade que o McDonald's aceitaria dólares mas só até à módica quantia de $20. Os colaboradores, depois de lhes explicar a minha demanda oferecem-me o jantar... Mesmo depois de insistir várias vezes de que tinha dinheiro e que também precisava de Euros, acabei por aceitar... Não é todos os dias que um gigante mundial nos oferece o jantar!

OK, foi a boa vontade dos vendedores, eu sei!

Sentei-me, um misterioso senhor pede licença para sentar na mesa onde eu já tinha pedido a uma menina que acabara de sair. Depois de comer, ouço-o a dizer que eu comia muito depressa! Razão para iniciar uma conversa... Expliquei que aquela velocidade tinha uma razão de ser. A demanda do quase Graal... Aconselhou-me o centro comercial ao lado!

Depois de ouvir "Nãos" mas sem nunca desistirem de mim, consegui trocar os meus preciosos dólares na compra de um creme hidratante para a cara que por acaso até precisava no tal Galeria Kaufhof, que acabaram por me sair mais caro do que se os tivesse trocado no hotel!
Sempre com simpatia, encontro 10€ no chão, alguém me avisa das luvas que vou espalhando pelo chão atrás de mim, consegui finalmente instalar a nossa preciosa língua no tal telemóvel para o trespassar a troco de carinho, isto numa gigantesca loja Samsung onde, se tivesse ainda mais euritos, me perderia por lá!

E nem aqui falta o Bar!


 




 Agora que acabo, não sei muito bem o que me levou a escrever isto tudo, mas parece-me que foi a aventura do meu dia de hoje e a possibilidade de a contar quase em directo... Aparte disso, estava um frio de rachar e adoro neve!


Sejam felizes e tenham muito cuidado a atravessar a rua!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Kuala Lumpur, Malásia

Hoje começo de uma forma ligeiramente diferente. Como sabem, este blogue destina-se maioritariamente a falar-vos das minhas viagens e dos lugares que visito. E tinha até já uma pequena introdução preparada para vos descrever a minha visita à Malásia mais propriamente a Kuala Lumpur, mas o meu vôo de regresso alterou completamente os meus planos.

Comecemos então pelo fim:

Antes de aterrar em Doha, a cidade que me acolhe, dirigi-me ao "Che", como Che Guevara assim me contou o pai para perguntar-lhe como estava. Estava bem, entretanto direccionei a minha atenção para o pai dizendo-lhe:

"Sabe, a maior parte dos passageiros não tem idéia do poder que tem um Comissário de Bordo. Nós podemos prender pessoas! Sabe do que estou a falar não sabe?"
Sim, foi a sua resposta ao mesmo tempo que nos cumprimentámos mutuamente e os nossos olhos não se desviaram. Notei um olhar de agradecimento com a perfeita noção do que estava a falar e uma quase lágrima a querer manifestar-se.

Deixei-vos curiosos? Vamos então ao início...

Hora de partir, hora de segurar a cabine. Até aqui tudo normal quando paro para pedir a uma mãe para sentar a sua filha direita e apertar o cinto de segurança pois estávamos prestes a levantar vôo. Uma resposta à qual já estou habituado sai-lhe da boca. "Não!". "Não, porque está a dormir e porque é uma criança difícil e porque num vôo anterior esteve a chorar durante uma hora". Resumindo, "Blá! Blá! Blá!". Depois de muito conversarmos e obviamente já com o apoio da minha chefe de cabine, lá aceitou finalmente que tinha realmente que acatar as nossas ordens em detrimento das normas de segurança da aviação civil. Sete horas de vôo, sete horas a ouvir a criança a chorar por toda e qualquer coisinha, exigindo tudo e a todos até mesmo numa altura em que houve séria turbulência e por me encontrar longe do meu assento, tive que me segurar no chão. Ordenei-a a sentar-se e apertar o cinto. Bem, depois disto tudo, de ter vomitado, puxado o vómito, mesmo até depois de ter brincado com o aviãozinho que lhe dei, a mãe veio pedir-me desculpa. Respondi-lhe que não precisava de se desculpar, que estas tarefas vêm com o trabalho mas que precisava de obedecer ao que nós dizíamos. Esta mãe, dona dos seus cerca de vinte e quatro, vinte e cinco anos aproveitou a conversa para desabafar um pouco, dizendo-me que tinha acabado de lhe bater, coisa que normalmente não fazia. Que realmente a filha era insuportavelmente difícil, chegando ao ponto de às vezes odiá-la. Os conselhos saíram-me, qual Dr. Phil e disse-lhe que esse sentimento não era de todo anormal, mas que tinha que ser firme com ela e que esta seria altura perfeita, pois se a passividade continuar, a adolescência seria cruel!

Bem, esta história está-vos a parecer um pouco fora de contexto? Vamos lá então...

Durante estas horas todas, há um rapaz que chega à "galley" (que é a nossa pequena base de serviços, ou mais vulgarmente falando, cozinha) com uma imensa comichão pelo corpo todo e manchas e inflamações. Como estava mais perto, coube-me de alguma forma a mim tratar do, como costumo chamar, "young man".
O rapaz foi medicado e, antes que contactássemos os médicos em terra, eu e uma enfermeira que estava como passageira que respondeu ao nosso anúncio, estávamos preocupados era se esta estranha e repentina alergia pudesse causar um edema da glote que é a consequência mais grave de uma reacção alérgica que inclusivamente pode provocar a morte por asfixia. Sim, este rapaz é que é o "Che", um rapaz com doçura na voz e a atenção colada em nós! Rapaz desenrascado...
Depois de todas as instruções e cuidados dados ao "Che" e ao pai que entretanto chegou meio perdido já que o rapaz se dirigiu a nós sem nenhum dos progenitores ter vindo, fui ter com a mãe para reportar o estado do filho.

Aqui vem a parte interessante.

A única coisa que ouvi dela enquanto tentava explicar o que se passava com o seu próprio filho foi, sem quase me deixar falar, nada de jeito. Nada que fizesse sentido. Olhei para a mesa dela e inspirei um pouco do aroma envolvente. Concluí a minha conversa com "Madame, não se preocupe que nós tratamos do seu próprio filho". Ela agradeceu e pediu-me um Bacardi. Começou aqui a guerra! Depois de lhe negar o álcool, começou a atacar-me verbalmente durante o resto da viagem.

Foi por um triz que a tal lágrima não se lhe escapou...

Sim, foi um vôo doido, mas com uma equipa espectacular! Tão boa que acabámos por receber uma carta com elogios de uma colega nossa que voava como passageira... Obrigado!


Agora,
Kuala Lumpur, Malásia



Malásia, terra verde, terra natural. Assim é a primeira impressão desde que se entra no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur. Deste verde percorre-me uma sensação de paz e de nostalgia... Digamos que verde não é a cor predominante de Doha. Mas este verde é diferente, tem um cheiro e características tropicais... Capital da Malásia, urbe algo cosmopolita mas, assim como Singapura, com cheiro e vegetação tropical. Cheiro a chuvas repentinas num calor humido... Cheiro a bom! Parece-me bem dar uma volta pela cidade.

Eid Mubarak - As torres estão fechadas




As Torres Petronas, claro! Deverá ser a principal atração turística desta cidade. Capa de muitos guias turísticos e cara de muitos postais também. Mas não deu para subir, pois nesse dia celebrava-se o fim do jejum do Ramadão. Celebrava-se o Eid Mubarak e por essa razão e como a Malásia é considerada um país muçulmano, as Torres encontravam-se fechadas por ser feriado.

Fomos então às Batu Caves, depois claro das tradicionais fotos às Petronas.
Batu Caves, além de uma pequena vila dentro de grutas bastante antiga, há também um Deus para se adorar duzentos e setenta e quatro degraus acima.
A adoração de um Deus que, segundo o meu taxista - uma peça sempre fulcral na divulgação de informações locais - era um ser superior que durante o reinado de um grande ditador na Malásia, tornava todas as pessoas vulgares, ou seja no mesmo nível ou estatuto sem diferenças. Segundo ele, todos os anos entre os dias 15 de Janeiro e 15 de Fevereiro há uma especial adoração como que um festival de orações 24horas non-stop.




Festas Rave? Hmmmm.......

Ahhh! Um episódio que quase me esquecia de contar! Não imaginam a dificuldade que tive para que me entendessem quando pedia um expresso. Sabem que se noutros países pedir um café, dão-nos a famosa versão americana e não a nossa bica. Paguei cerca de três euros por uma bica e não a consegui ter porque o rapaz, apesar de ter o moinho de café, a máquina e a chávena pequena, das três vezes que lhe tentei explicar o que queria, deu-me a versão americana, mesmo quando me deu na chávena pequena...
Desisti quando lhe tentei explicar que o expresso se tirava com uma dose de café do moinho, punha-se o manípulo na máquina como costuma fazer com os capuccinos e o expresso sai cremoso como eu queria. Respondeu-me que o creme estava no móvel ao lado. Desisti!



domingo, 29 de julho de 2012

Milão, Itália

Milão sem planos... É sempre bom sair sem ter que pensar em horários ou obrigações e foi exactamente nesse contexto que me obriguei a ir em direcção à histórica cidade de Milão. Já não era a minha primeira vez e que experiência deliciosa terá sido a primeira...


Pois então sem planos a não ser o de mais uma vez saborear Itália que me levei a almoçar! Nesta condição decidi-me a uma pizza e uma salada... Que saborosa me saiu, e fica assim o conselho:

Sempre que viajarem procurem sempre o que está por trás das zonas turísticas! Na maior parte das vezes é bem mais barato e, surpreendam-se,  saboroso!

Ok, o atendimento pode não ser o melhor mas também, estamos em Itália!



Onde há fumo há fogo.

Por outro lado e ainda na gastronomia como tema principal, geralmente onde há muita gente significa que há qualidade. Assim, numa das dezenas de gelatarias que há entre tão curtas distâncias, entrei na que tinha duas filas de gente literalmente até à porta! Que gelados deliciosos eles têm... Só que descobri uma curiosidade interessante acerca de mim depois destes anos todos: não sei comer gelados!

Sorte a vossa que não tirei foto às minhas mãos depois de saborear aquela obra prima erigida num cone com três sabores. Mas posso garantir-vos que a cor predominante não era a da minha pele mas sim a da primeira bola dos três sabores...  O castanho de chocolate! Mas isto não se deve só a não saber comer gelados, deve-se também ao facto de assim que se sai de uma gelataria, como se fora um sistema de alarme,  este entra imediatamente em decomposição, começando assim a derreter. É. A luta de gladiadores.  O homem contra o gelado...


Il huomo contra il gelatto

Recortes de Milão

Não estava assim tão desesperado!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Bruxelas, Bélgica



No centro de Bruxelas onde acabei de visitar o Grand-Place ou o Grote Markt já que aqui não se fala uma só língua e como bom português que sou, estava com uma vontade enorme de tomar um cafezinho... Daqueles! Encontrei o sítio perfeito, nada como o nome a indicar, Coffee Company! De preferência, tragam uma nota de um outro país e se a oferecerem, têm direito a um café grátis! Lá tive eu de beber dois já que já tinha pago o anterior...
"Mas como soubeste, Tiago?"
É fácil! Como negociador nato de ofertas que sou e após ver um pilar com várias notas de diferentes países coladas, perguntei (meio) na brincadeira se tinha algum desconto se oferecesse alguma nota de outro câmbio. O rapaz na sua simpatia respondeu-me que sim mas deveria ter dito antes e sugeriu-me que quando voltasse que teria direito à tal oferta. Quando me respondeu que o desconto era um café grátis, tive que fazer o esforço de beber o segundo café delicioso! Agora que acabei de escrever esta nota no Coffee Company e depois de dois shots de cafeína vou ver o que Bruxelas ainda tem para me oferecer para o tempo que ainda tenho! Até já!


A caminho de não sei onde parei numa loja dedicada só à Banda Desenhada e os seus personagens... Que bom regressar à infância onde até conseguia fugir do ATL sem que ninguém se apercebesse para passar horas e horas na já extinta Biblioteca Aquilino Ribeiro no parque homónimo da cidade de Viseu.




E na minha busca pelo puto que mija na rua que segundo dizem, é famoso por aqui, parei por um spot que pelo som do piano imediatamente me chamou a atenção - Le Cercle des Voyageurs. A medo, o de consumir, paro no hall de entrada. Mathieu, o pianista dá conta e eu mando uma piscadela de olho cúmplice. Cúmplice pela música... Pela arte! E este é um local que convida a arte a entrar... Podem entrar com ela, pois segundo o programa há arte gratuita todos os dias. Podem è ter que acompanhá-la com algo para petiscar e/ou beber... Por falar em beber, num país de grandes e boas cervejas, não podia deixar Bruxelas sem parar num local apropriado para beber esse delicioso sumo de cevada com gás... E com tantos locais apropriados não foi fácil decidir por qual escolher... Até foi, pois quando finalmente me apeteceu dei-me conta de que não havia grandes locais interessantes para o fazer nos arredores desta que foi baptizada de Brasserie de la Madeleine. E não sei se sou eu que sou romântico ou todos os lugares que convidam a sentar descansadamente a beber uma "survia", são locais onde vários intelectos se encontram para cruzar pensamentos, ou onde outros se refugiam na leitura ou ainda outros que se esgueiram para mais uma pausa na sua escrita. Pelo menos sint-me bem a pensar assim... Faz-me imaginar que sou um intelecto! Não sei também porquê mas estas pausas surgem no tal bem afamado lusco-fusco, embora aqui em Bruxelas este seja bem mais longo do que o aproveitado para o negócio que, se bem se lembram de um post anterior durava só entre cinco e sete minutos. Aqui dura cerca de três horas... O que é meio perigoso pois pode-se sair dele um pouco tocado! Vamos ver...

Apesar de a noite vir tarde mesmo em tempo de chuva, a cidade fica deserta e para chegar à Estação Central de Bruxelas, acelero o passo sem parecer perdido, mas estava pois apesar de estar ainda a tempo de apanhar o comboio de regresso deparo-me com portas fechadas e quando vejo que alguém parece perdido, pergunto-lhe se também estava à procura da estação. Apontou-me as escadas que desceriam para o meu destino e que estavam na direcção oposta da porta fechada!


Eu sabia que era algures por aqui!
A reter que em todos os lados há gatos pardos e bem visíveis. Quando saí da estação assim que cheguei à cidade do Tintin estavam três agentes de segurança especial das linhas ferroviárias bem armados inclusive com coletes à prova de bala. Questionei-me seriam de uma companhia de segurança privada ou de uma sub-divisão especial da polícia e se actuariam se algo acontecesse no meio da rua. Não sei o que aconteceu, mas de repente vi-os a correr no jardim em direção a um grupo de gatos pardos... Outra situação foi em pleno dia e num ponto de interesse de estilo renascentista com uma entrada imponente que merecia uma fotografia decente tanto pela sua envergadura como pelas suas estátuas e o seu escadario. Pois nesse escadario encontra-se o maior número de gatos pardos e reacções suspeitas por metro quadrado que só imaginaria ver numa prisão. Enquanto tirava as ditas fotografias, apercebo-me de alguém a gritar e a levantar-se em direcção a mim. Sim, a questionar-me de onde era ao qual respondo com um simples "Porquê?".
"Porque estavas a tirar fotos a mim" e coiso e tal.


Respondo-lhe que não e que estava somente a fotografar o monumento e viro as costas a fazer-me de interessado pelo que está no outro lado da rua para não atrair problemas.
Moral da história, não sei! Mas cuidado com os gatos pardos de dia neste escadario, que se situa numa alameda principal de seu nome no mapa Boulevard Anspach onde não me apercebi de nenhum polícia fardado. Mas senti-me seguro na mesma, no geral.
Uma cidade e um país a revisitar com toda a certeza pois da amostra que obtive, deixou um rasto de aromas que me hão-de guiar por lá outra vez.


Agora deixem-me tirar o bilhete do bolso pois o revisor vem aí... Dei-me conta entretanto que viajava em primeira classe! Como identificar? Simples (?): Pelo número 1 na porta da carruagem que viajava!


Ah! O revisor acabou de passar outra vez e se bem viram a foto, pelo meu dever cívico retirei as pernas de cima do assento da frente. Ele sorriu e consentiu com a cabeça, mas voltou para trás para me aconselhar: "Sabes, aqui na Bélgica podes ser multado por essa acção em 60€...". Obrigado! Não voltarei a fazê-lo!

domingo, 6 de maio de 2012

Viseu & Porto & Aveiro, Portugal

Finalmente regressei... Ao blog e em força!

Antes demais tenho a agradecer-vos pelo apoio que me têm dado e pela pressão para manter esta chama bem viva.

Agora tenho uma surpresa para comemorar as 2000 visualizações. Esta barreira foi atingida enquanto estava algures... Vou falar de um pequeno país à beira-mar plantado e tão rico de tudo (sim, menos de dinheiro!). Mas apesar de ajudar, não é tudo e fui tão feliz neste regresso tão esperado... Fiz um pouco de tudo e registei outras tantas coisas! Conheci ainda melhor sítios que já conhecia... Tanto para escrever, tanto para contar mas há imagens que falam por mil palavras, por isso desta vez não vou contar tanto mas sim mostrar um pouco mais!

Primeiro vale a pena referir que viajar na minha companhia como passageiro é muito interessante e confortável. Mesmo passando 90% do vôo a dormir... Que maravilha! Só me faltava mesmo voar num Melro. E assim foi... Depois da correria parra sair de um terminal de Madrid para outro um pouco longe onde iria ter de apanhar o meu Melro, e tendo a primeira escala chegado com trinta minutos de atraso, só pedia para chegar a tempo. Cheguei! Mas ainda tive que esperar que a equipa do Apoel (que iria jogar nesse dia contra o Real Madrid para a Liga dos Campeões) e os jornalistas passassem a passadeira para o autocarro parar e eu poder finalmente sair para mais uma maratona! Ai se eles soubessem que eu estava ali...


E depois deste "Cheguei!", consegui finalmente regressar a Casa, com uma Comitiva real à minha espera no segundo melhor aeroporto da Europa situado no actualmente melhor destino turístico Europeu. Só podia ter mesmo a melhor comitiva do mundo para me esperar! Se bem que quase fui eu que esperei por eles... Enfim, o regresso à minha verdejante paisagem e à verdadeira condução - com regras! Depois de 9 meses sem pegar num carro não me saí assim tão mal!

Ah! E o regresso ao inverno Português! - nada comparado com andar de bicicleta na neve em Oslo sem estar devidamente agasalhado! (Mais tarde explico!)

E por falar em riquezas portuguesas... Vamos mas é jantar!

Dia 1 - Ir buscar a minha máquina fotográfica compacta que estava avariada e... Mariscada e cerveja com amigos!



Ainda aprendi o curso de partir sapateira com um martelo. Obrigado pelo truque do guardanapo!


Dia 2 - Jantar com a família - enfim, comer bem com calor entre o frio!



Dia "já não sei quantos porque já lhes perdi a conta" - fim-de-semana sem grandes planos no Porto - Boa(s) Cama(s) Boa(s) Mesa(s), qual Edição Expresso. Bingo, Caldo Verde, Mar, Francesinhas, cinema ("Em Terra de Sangue e Mel" de e por Angelina Jolie - abismal!), pipocas (as melhores do mundo no Arrábida), Sushi...



Sabem que não costumo falar das marcas que visito, mas daqui tenho que salientar um hotel do qual tinha lido umas breves palavras numa edição Se7e da revista Visão. Não me conseguia lembrar sequer do nome mas acabei por encontrá-lo depois de ter surgido a lâmpada sobre a minha cabeça quando alguém me repetiu esse nome como uma simples sugestão!

É com orgulho que afirmo que em Portugal, as estrelas são atribuídas realisticamente! As cinco estrelas são realmente sinónimo de qualidade e conforto... Este hotel em Gaia baptizado de Yeatman deveria possuir seis ou mesmo sete. Pela beleza e pelos detalhes todos dos quais fiz questão de os elucidar por escrito directamente ao hotel.



A arquiquectura que põe-nos ao contrário como as encostas vinhateiras do Douro, um bagageiro que mais parece um historiador, uma recepção que são somente duas secretárias, a decoração dos andares e de todos os quartos que são todas diferentes, como se de uma casa se tratasse... E a vista!



Vale a pena... Por tudo!

No meio disto, nesta busca por este hotel, todos os caminhos davam a um hotel velho com aquelas persianas antigas brancas. "Não! Isto não pode ser de cinco estrelas!"

Mas era e todos os GPS's me orientavam para lá, incluindo a descrição do Guia Boa Cama Boa Mesa incluído num dos GPS descrevia-o como algo luxuoso sem comparação... À procura de restaurante para jantar e já depois de me ter instalado finalmente no Yeatmen (não é Yémen, ok?), maais uma vez fui orientado para bem perto desse velho hotel. Infante de Sagres, entrei e estava a decorrer um pequeno concerto de música clássica. Cheio de pessoas de classe e cheio de classe desde a decoração até ao atendimento... Para a próxima!

Moral da história: Não se julga um hotel pelas suas persianas!





Alguns dias depois...

Uma visita mais ou menos inesperada... O Yussef, O Turista, o meu parceiro não só de casa mas também uma pessoa que considero um amigo! À custa dele, lá tive de mostrar a nossa bela comida e claro, mais um pouco do nosso belo Portugal! Coincidentemente um dos dias estava já dedicado a uma criança muito especial na minha vida! Tive de partilhar este dia com duas... Sim! Quando descobrimos algo que não conhecíamos antes parecemos autênticas crianças...

Aveiro e as suas tripas... Viseu e o Viriato... E um restaurante típico que descobri nesse dia para poder mostrar os nossos tesouros culinários tradicionais, situado ao fundo da Sé de Viseu - "A Viela"... Lá teve quue vir também o belo do Vinho da Casa... Porto e a loja da Disney e a da Nike para encanto dos pupilos... Não necessariamente na mesma ordem!


Mas atenção! Houve uma recepção especial altamente treinada e ensaiada para o lutador de MMA! Leitores, não tentem isto em casa...




E entre dentistas, aulas de Cross Fit, Scwinn Cycling, Body Attack e Body Lanches, o verdadeiro jantar veio finalmente... E não sem desporto também - o Cross Fit veio mesmo para ficar!

Até já, meus grandes amigos!




E como não poderia deixar de ser, a música...
Foi um dos muitos momentos altos, é o que eu sinto e até o nome do grupo é a definição de tudo: Fun.!

Fun. feat. Janelle Monáe - "We Are Young"



E claro... "Ai Viseu"
Que linda és!



P.S.: E quase me esquecia... Não deixem nada por fazer! Uma das coisas que não vou deixar por fazer agora é dedicar-me mais a sério a uma das minhas muitas paixões: a Fotografia! Aproveitei esta estadia para investir também numa nova câmara fotográfica, mais profissional! Agora, toca a aprender...

Comecemos pelo livro de instruções!