segunda-feira, 18 de junho de 2012

Bruxelas, Bélgica



No centro de Bruxelas onde acabei de visitar o Grand-Place ou o Grote Markt já que aqui não se fala uma só língua e como bom português que sou, estava com uma vontade enorme de tomar um cafezinho... Daqueles! Encontrei o sítio perfeito, nada como o nome a indicar, Coffee Company! De preferência, tragam uma nota de um outro país e se a oferecerem, têm direito a um café grátis! Lá tive eu de beber dois já que já tinha pago o anterior...
"Mas como soubeste, Tiago?"
É fácil! Como negociador nato de ofertas que sou e após ver um pilar com várias notas de diferentes países coladas, perguntei (meio) na brincadeira se tinha algum desconto se oferecesse alguma nota de outro câmbio. O rapaz na sua simpatia respondeu-me que sim mas deveria ter dito antes e sugeriu-me que quando voltasse que teria direito à tal oferta. Quando me respondeu que o desconto era um café grátis, tive que fazer o esforço de beber o segundo café delicioso! Agora que acabei de escrever esta nota no Coffee Company e depois de dois shots de cafeína vou ver o que Bruxelas ainda tem para me oferecer para o tempo que ainda tenho! Até já!


A caminho de não sei onde parei numa loja dedicada só à Banda Desenhada e os seus personagens... Que bom regressar à infância onde até conseguia fugir do ATL sem que ninguém se apercebesse para passar horas e horas na já extinta Biblioteca Aquilino Ribeiro no parque homónimo da cidade de Viseu.




E na minha busca pelo puto que mija na rua que segundo dizem, é famoso por aqui, parei por um spot que pelo som do piano imediatamente me chamou a atenção - Le Cercle des Voyageurs. A medo, o de consumir, paro no hall de entrada. Mathieu, o pianista dá conta e eu mando uma piscadela de olho cúmplice. Cúmplice pela música... Pela arte! E este é um local que convida a arte a entrar... Podem entrar com ela, pois segundo o programa há arte gratuita todos os dias. Podem è ter que acompanhá-la com algo para petiscar e/ou beber... Por falar em beber, num país de grandes e boas cervejas, não podia deixar Bruxelas sem parar num local apropriado para beber esse delicioso sumo de cevada com gás... E com tantos locais apropriados não foi fácil decidir por qual escolher... Até foi, pois quando finalmente me apeteceu dei-me conta de que não havia grandes locais interessantes para o fazer nos arredores desta que foi baptizada de Brasserie de la Madeleine. E não sei se sou eu que sou romântico ou todos os lugares que convidam a sentar descansadamente a beber uma "survia", são locais onde vários intelectos se encontram para cruzar pensamentos, ou onde outros se refugiam na leitura ou ainda outros que se esgueiram para mais uma pausa na sua escrita. Pelo menos sint-me bem a pensar assim... Faz-me imaginar que sou um intelecto! Não sei também porquê mas estas pausas surgem no tal bem afamado lusco-fusco, embora aqui em Bruxelas este seja bem mais longo do que o aproveitado para o negócio que, se bem se lembram de um post anterior durava só entre cinco e sete minutos. Aqui dura cerca de três horas... O que é meio perigoso pois pode-se sair dele um pouco tocado! Vamos ver...

Apesar de a noite vir tarde mesmo em tempo de chuva, a cidade fica deserta e para chegar à Estação Central de Bruxelas, acelero o passo sem parecer perdido, mas estava pois apesar de estar ainda a tempo de apanhar o comboio de regresso deparo-me com portas fechadas e quando vejo que alguém parece perdido, pergunto-lhe se também estava à procura da estação. Apontou-me as escadas que desceriam para o meu destino e que estavam na direcção oposta da porta fechada!


Eu sabia que era algures por aqui!
A reter que em todos os lados há gatos pardos e bem visíveis. Quando saí da estação assim que cheguei à cidade do Tintin estavam três agentes de segurança especial das linhas ferroviárias bem armados inclusive com coletes à prova de bala. Questionei-me seriam de uma companhia de segurança privada ou de uma sub-divisão especial da polícia e se actuariam se algo acontecesse no meio da rua. Não sei o que aconteceu, mas de repente vi-os a correr no jardim em direção a um grupo de gatos pardos... Outra situação foi em pleno dia e num ponto de interesse de estilo renascentista com uma entrada imponente que merecia uma fotografia decente tanto pela sua envergadura como pelas suas estátuas e o seu escadario. Pois nesse escadario encontra-se o maior número de gatos pardos e reacções suspeitas por metro quadrado que só imaginaria ver numa prisão. Enquanto tirava as ditas fotografias, apercebo-me de alguém a gritar e a levantar-se em direcção a mim. Sim, a questionar-me de onde era ao qual respondo com um simples "Porquê?".
"Porque estavas a tirar fotos a mim" e coiso e tal.


Respondo-lhe que não e que estava somente a fotografar o monumento e viro as costas a fazer-me de interessado pelo que está no outro lado da rua para não atrair problemas.
Moral da história, não sei! Mas cuidado com os gatos pardos de dia neste escadario, que se situa numa alameda principal de seu nome no mapa Boulevard Anspach onde não me apercebi de nenhum polícia fardado. Mas senti-me seguro na mesma, no geral.
Uma cidade e um país a revisitar com toda a certeza pois da amostra que obtive, deixou um rasto de aromas que me hão-de guiar por lá outra vez.


Agora deixem-me tirar o bilhete do bolso pois o revisor vem aí... Dei-me conta entretanto que viajava em primeira classe! Como identificar? Simples (?): Pelo número 1 na porta da carruagem que viajava!


Ah! O revisor acabou de passar outra vez e se bem viram a foto, pelo meu dever cívico retirei as pernas de cima do assento da frente. Ele sorriu e consentiu com a cabeça, mas voltou para trás para me aconselhar: "Sabes, aqui na Bélgica podes ser multado por essa acção em 60€...". Obrigado! Não voltarei a fazê-lo!

2 comentários:

Nelinha1959 disse...

Gostei pouco desses gatos pardos, mas senti o cheirinho a café daquele bar com as notas na coluna, apesar que eu tenho uma ideia de Bruxelas como sendo muito cinzenta e gelada (não no sentido da meteorologia), sentiste isso ou estou enganada?

Tiago Peres disse...

Senti sim, Nelinha1959... E não foi também no sentido meteorológico! Uma cidade cheia de medo dela própria... Mas com cultura e vontade de nos ter lá, embora tudo acabe cedo... A voltar!